quinta-feira, novembro 27, 2008

sick punk


sentindo o virus a entrar, e os dias de grande agitação a chegar, parece que as energias estão a esvair-se por entre os poros, e eu resisto... continuo de ipod rosa em punho.
depois de uma tentativa de meditação ontem, visualisei uma flor de lotus gravada no principio das minhas costas, com a frase "nature will provide" a finalizar o enquadramento.
as minhas filhas dizem-me palavras secretas ao ouvido e as guitarras ecoam em background.
finalizo o filme para a projecção do fim de semana e aguardo testes finais.
falo com fornecedores e não atendo agencias imobiliarias nem publicitarias.
tento finalizar um orçamento para retratos e não tenho pachorra. compro pizzas familiares.
envio mensagens a musicos e recebo maquetes de fanfarra para a passagem de ano.
repastos pre-historicos aguardam-me num futuro proximo. repito o maha mantra até faltar o folego. serro pedaços de 6 cm de madeira estriada com furia. 46 vezes.
recordo meditações na escocia e revejo-me no espelho: eu sou tu e tu és igual a mim.
envio fotografias amorosas e recebo input. estou online. tu não, como sempre.
nada de novo. o dvd queima. tenho os pés frios e fungo, muito.
hare hare. mantra é um cantico em sanscrito que, repetido até à exaustão gera uma energia crescente, e a vibração eleva-me. sinto-me vibrar.
noite fantastica e inesquecivel, orgasmica. foi esta semana? preciso de um buraco.
quero falar contigo, nunca te encontro, nunca estás para mim, desligas e tudo. amuo.
deito-me vestida e adormeço. durmo quente, muito quente e acordo revigorada.
chateio-me com emails parvos, gente chata e contas por pagar. mais musica por favor.
wallpapers por fazer, tinta por atirar, tecto por montar, quarto por arrumar, guitarras guitarras guitarras sem parar.

sexta-feira, novembro 14, 2008

quarta-feira, novembro 12, 2008

desenvolvimento da estória


tento à uma série de anos atingir o reconhecimento público pelo projecto que ajudo a construir.
é um facto.
e é também por isso, e para isso, que trabalhamos. não por uma questão de ego, mas sim pelo desejo da projecção pública da possibilidade efectiva do que fazemos.
para que mais pessoas o façam, para que se propague por mais sitios, para suprimir ideais idiotas...
o mundo em que este projecto se insere é maioritáriamente dirigido por pessoas da geração anterior à minha, que, já estabelecidas na sua vida, vêem agora com outros olhos a bandeira que hastearam à muito, e dão outra interpretação às guidelines pelas quais se regeram inicialmente.
não digo que o façam de forma desonesta, apenas que por vezes já não se dão ao trabalho de perder tempo com casos menores. a sua visão está focada e concentrada em determinados fins que, os meios têm de ser profissionais ao ponto de perder o contacto com o que é verdadeiramente importante.
outros, sem essa focalização, continuam a viver o que acreditam ser o melhor, dando especial enfoque aos meios, pois teimam em dar importancia aos pormenores do processo.
como sempre, há as duas faces da moeda, e ainda há lugar para intermédios.
é redutor dizer que qualquer àrea se divide em duas vertentes, mas são duas frentes que apesar de seguirem o mesmo caminho, não se entendem, e isso eu continuo sem conseguir conceber.
vejo-me na posição de outsider inside, meio termo, não pertencendo a nenhuma das partes mencionadas, mas ambas respeitando o que faço, e eu respeitando o percurso de ambas as partes, que é importante sobremaneira.
ora, no meio de tudo isto está este projecto, que pretende a sua auto-sustentabilidade balançando os métodos das duas faces da moeda, um mix menos fácil, mas que bem equilibrado, faz todo o sentido.
no fundo, e daí a razão deste post, a minha vida, juntamente com este projecto, está no limiar da mudança.
dou-me conta de que o que fazemos é importante tanto para as pessoas directamente involvidas neste processo de criação, como para as que vão passando, como para as que de longe vão testemunhando, como para as tais duas faces da moeda, e isso é um largo passo em frente.
penso que neste momento, depois de tantos episódios menos felizes, já ultrapassei a outra parte do circuito, que tenta tudo para destruir novas ideias, e que acredita naquilo a que chama de "concorrência".
continuo a acreditar que tudo o que é feito com amor é verdadeiramente único.
acredito no que fazemos e sei que é muito bom para muita gente, e só isso me faz continuar.
as pessoas que mudam ao passar por aqui, os sorrisos, a boa energia, o trabalho, a criatividade, a ajuda, a amizada que se entruza nas relações, é definitivamente o melhor ganha-pão que eu poderia desejar.
neste momento da minha vida sinto-me feliz com o que tenho e, como diria a minha tia-avó, abençoada.

quarta-feira, novembro 05, 2008

am i ever gonna change

ainda não estou em mim.
ter passado por algo por que ambicionei à quinze anos atrás é qualquer coisa de extraordinário.
faz-me sentir como não sentia à uns bons aninhos, e isso é fantástico.
parece improvável mas, o que me aconteceu, que foi simples e normal, foi estar perto de pessoas especiais e com algo a dizer. isto também não me acontecia à alguns aninhos...
mas a cereja no topo do bolo foi mesmo a sincronia lenta dos factos: estas são as mesmas pessoas que sonhei em conhecer durante anos, ter algum contacto mais próximo era algo pouco provável ou mesmo impossível. dez anos passados da última recordação, eis que surge - do nada - a mais que provável certeza da possibilidade. ufa! e agora?
em piloto-automático retorno aos velhos hábitos: compro bilhete, máxima informação possivel, ok - estamos prontos. e agora???
um misto de emoções emergia em mim, e uma felicidade estúpida de miúda adolescente por cima, a radiar em luz.
portanto, este episódio acaba comigo na horta, de aucultadores de dj e ipod rosa choc, a ouvir saudades do rock, a lavar a loiça, demais, a curtir o som, tralala. com o ego a 100% por ter tido passado momentos inesquecíveis com as mesmas pessoas que, de várias formas, influenciaram uma parte importante da minha vida, parte fulcral da minha banda sonora.
e ainda nem acredito que ouvi isto ao vivo...




I'm tired of being me,
And I don't like what I see,
I'm not who I appear to be
So I start off every day,
Down on my knees I will pray,
For a change in any way
But as the day goes by,
I live through another lie,
If it's any wonder why

Am I ever gonna change
Will I always stay the same
If I say one thing,
Then I do the other
It's the same old song,
That goes on forever
Am I ever gonna change
I'm the only one to blame
When I think I'm right,
I wind up wrong
It's a futile fight,
Gone on too long

Please tell me if it's true,
Am I too old to start anew,
Cause that's what I want to do
But time and time again,
When I think I can,
I fall short in the end
So why do I even try,
Will it matter when I die,
Can anyone hear my cry?

Am I ever gonna change
Take it day by day
My will is weak
And my flesh too strong
This peace I seek
Till thy kingdom comes

sábado, novembro 01, 2008

iphoto-graphic moleskine - 003


Sick of Goodby's, Mabou 1978, Robert Frank


Lou Reed on
Sick of Goodby’s (1978)

I was looking at Robert Frank’s photograph Sick of Goodby’s in his book The Lines of My Hand. Moments before I had been listening to a Johnny Cash song called I Wish I Was Crazy Again. Then I thought of the goodbyes in the book to old friends caught once and for all and never again to be seen in life, and I was struck by the intensity of the sadness of life and its redeeming qualities as reflected in these moving photos. With Johnny Cash as well, the desire to see it all again, to go out one more time into the wild flame only to be burned up forever and never be seen again except in these farewell photos, is moving beyond description. The photos speak of an acceptance of things as they are. the inevitable death of us all and the last photo – that last unposed shot to remind us of our friends, of our loss of the times we had in a past captured only on film in black and white. Frank has been there, and seen that, and recorded it with such subtlety that we only look in awe, our own hearts beating with the memories of lost partners and songs.

To wish for the crazy times one last time and freeze it in the memory of a camera is the least a great artist can do. Robert Frank is a great democrat. We’re all in these photos. Paint dripping from a mirror like blood. I’m sick of goodbyes. And aren’t we all, but it’s nice to see it said.

extreme feeling














extreme @ hard rock cafe lisboa and coliseum (28, 29 November 2008)
photos by malagueta

quinta-feira, outubro 30, 2008

malagueta wished to be able to photograph scent



because its already fading...
but not my smile.

it makes me feel great, and that, i owe to you.
thank you for all the feelings for the last 15 years, it has been wonderful.
and it will continue on being so.
i will go on loving you from a distance, hanging on to the scent of you.

és lindo.

quarta-feira, outubro 22, 2008

suspiro... (parte II)


que sorte, a lucy está online.

suspiro...


#1
que raio de gente, que merda de tempo.

#2
diz-me um amigo antigo: precisas do teu tempo, do teu espaço, precisas de ser tu.
digo-lhe eu: sim, eu sei...
diz-me alguém que nem sequer conheço: tenho de ir ter contigo.
digo-lhe eu: cá te espero.

#3
quando te falam na mesma lingua, tendes a acreditar mesmo que mintam.
quando te dizem o que não queres ouvir, achas horrendo.
parece-me que temos um problema.

#4
refugio-me nas canções antigas que me fazem lembrar uma gestão de tempo antigo, que nunca vai voltar. por dois dias vou voltar, por algumas horas apenas. um teste à minha memória.

#5
depressão de inverno?

segunda-feira, outubro 06, 2008

domingo, outubro 05, 2008

os trinta - arrepio p'la espinha

entrando pelo tortuoso caminho d' "os trinta", começo a analisar as minhas projecções dos "vinte" para esta década de revelações e estabilidade, para constatar que:
* afinal, ainda tenho de fumar um cigarro antes de terminar este post;
* só não o faço aqui e agora, porque já tenho duas filhas que dormem no quarto ao lado;
(ok, menos mal, algum juízo veio com "os trinta" - OOM)
* os meus amigos mais novos são piores que eu, e em vários sectores que, orgulhosamente passo a citar:
a) aplicam botox, antes d' "os trinta", como se fossem apliques decorativos, ou mesmo a tentar recriar bocas famosas da Nova Iorque pré SIDA (triplo arrepio)
b) arranjam contas enormes em reabilitações, curas e sedativos legais, ainda mais custosas de pagar que as doses que consumiam antes
c) mesmo sem jogar, dizem com desprezo que nunca dividiriam o bolo do euromilhões com ninguém, a sair era mesmo só para eles (amigos assinalados antes e depois d' "os trinta", devo salientar)
d) continuam a sair à noite, para os mesmos sitios, com as mesmas pessoas, e não se fartam (triplo arrepio, seguido de outro duplo, sem gelo)
* ainda não sou rica, nem famosa
* não fui estudar, nem viver para londres
* não tive nenhum caso com o trent reznor, o contacto mais próximo foi conhecer a namorada do dito senhor, o que não deixa de ser curioso...
* não tenho vida social, nem tão pouco sou de aparecer muito
* não faço yoga e meditação todos os dias
pfff.
portanto agora é tempo de focalizar para chegar aos 40.
ui, a luta continua...

quinta-feira, setembro 25, 2008

iphoto-graphic moleskine - 002

Self Portrait, 1975, Robert Mapplethorpe

ela









ela é parva, arrogante, sempre de nariz empinado e óculos escuros do mais fashion que há, último grito.
naturalmente, é artista, o que é uma boa desculpa para passar a vida a "inspirar-se" gastando imenso dinheiro ao namorado rico que, de resto, lhe acha bastante piada.
nunca anda 3 vezes com a mesma roupa, gosta de se dar com "os melhores", seja em que àrea for.
portanto, esta senhora é deveras uma vencedora, tanto na escolha de uma galeria, como na preferência pelo dia da sua inauguração, como na vendedora de legumes biológicos, como no cabeleireiro, como no stand de automóveis, como na lingerie, ad eternum...
então, porquê perder tempo com ela??
ela, simboliza um mundo fútil, ao qual já pertenci, e tive algum resquício de descernimento para, silenciosamente abandonar como parva, arrogante, sempre de nariz empinado e óculos escuros do mais fashion que há, último grito.
naturalmente, fui artista, o que é uma boa desculpa para ter passado a vida a "inspirar-me" gastando imenso dinheiro ao namorado rico que, de resto, me achava bastante piada.
nunca andei 3 vezes com a mesma roupa, gostava de me dar com "os melhores", seja em que àrea fosse.
portanto, esta senhora era deveras uma vencedora, tanto na escolha de uma galeria, como na preferência pelo dia da sua inauguração, como na vendedora de legumes biológicos, como no cabeleireiro, como no stand de automóveis, como na lingerie, ad eternum...
então, porquê perder tempo com ela?? por essas e por outras, agora sou diferente da carneirada. sou eu. sem peso na consciência, nenhum.
quantos de nós pode dizer o mesmo?

a malagueta is a malagueta is a malagueta


a sério, o que mais me incomoda são mesmo as cópias.
não ter criatividade própria é um problema, é certo, mas alterar uma ideia de outra pessoa e torneá-la até à intencionalidade, chateia-me. sobretudo quando o sinto na pele.
trocar o meu sábado pelas sextas feiras de pessoas endinheiradas é obtuso, sobretudo, quando há alguém a ganhar pipas de massa com a minha ideia, e eu continuo sem ganhar o euromilhões; traduzir os meus pequenos almoços para inglês também não é nada simpático, apesar de já se terem passado uns aninhos; utilizar o copy-paste com os meus argumentos de venda, é falso, soa a falso, e nem sei como há gente que ainda assim, compra. mas ok.
acredito no karma, apareça ele de que forma aparecer, materializando-se numa cliente de 80 anos que, vendo-me aflita das costas, se prontifica a dar-me uma massagem, ou em amigos que, passados anos de luta pelo projecto em que acredito, finalmente dizem que afinal até é cool o que esta maluca anda a fazer à tanto tempo.
sei que a moda aliada aos media é o pior enche-bolsos desta era consumista, mas continuo a acreditar que se me mantiver centrada no meu próprio percurso, nenhuma moda ou produtora de graveto me pode derrubar, pois se é honesto, verídico e com carácter, certamente vingará.

tenho dito.

terça-feira, setembro 23, 2008

atenção: eles andem aí...


For the fluid organization, employee competency and innovation overrides career path planning and the traditional ladder to success. Employees find satisfaction in being recognized for true skills rather than job descriptions, the corporation avoids the pitfalls of management power struggles, and the market drives the business.


e estão no meio de nós... devia ter ido para marketing, eu sabia!

total change of plans

parece mentira, mas o passado regressa de tempos a tempos para me dar a oportunidade de rir por último...
e bom, de re-afirmar a mim mesma que, como dizia o outro: If it’s going to be, It’s up to me.
e, aaah!, respirar o ar puro da liberdade auto-conquistada, e brindar aos que sobrevivem como eu, num mundo em constante mutação, criado por nós, para nós.
é bom ser o artista residente da minha própria galeria. é pena é ainda não ganhar o que me auto-propus. WTF, who needs that shit*** anyway??



*** dinheiro, pilim, trocos, cheta - dica para um post mais adiante...

sexta-feira, setembro 12, 2008

o bar e a noite enguiçada

fui a uma festa pequena, íntima, umas 30 pessoas, num pequeno bar no centro da capital.
a música estava confusa, não tão definida como de costume, mas ninguém parecia importar-se.
o dj, como sempre, tocava para ele mesmo. e divertia-se imenso.
pedi uma bebida, mesmo o que me estava a apetecer: uma caipirinha, gelo picado no ponto, não muito fino nem a colar, docinho e a saber a lima, quase chegando à perfeição de um night-cap.
observei a fauna: as caras do costume, com mais anos em cima, é certo, mas com o charme dos 30 bem sublinhados por baixo da roupa fashion e da maquilhagem discreta: "gosto da maneira como estamos a envelhecer", penso, macambuzia, ao dar mais um golo fresco. esta noite não me está a alegrar.
começo por fazer um retrato de familia mental, todos em grupo para a fotografia, fantasio:
ok, dealers na primeira fila, à jogadores de futebol - fazem logo uma bela intro, são uns sete só neste grupo restrito, rio-me sózinha com os meus pensamentos bizarros - na segunda fila podem marcar lugar as ex's e familia do tipo mais conhecido deste bar - uau... - e para a fila de trás, o pessoal hard core, aquele que foi a todas, mas a todas as festas, aniversários, festas de pijama e raves obscuras, e, claro, os djs. todos... agora, todos aos mesmo tempo, toda a gente diz: CEREJAAAAA. Flash-flash.
isso é que era. continuo a viver neste sub-mundo mental, pois é bem melhor que o exterior.
uma caipirinha e algumas conversas surreais mais tarde, decido que não estou em condições de aguentar isto por muito mais tempo. subo as escadas vermelhas pela primeira vez, e vou ter com o dj. a música aqui está bem melhor. ainda dou um pézinho de dança, uma hipotese a este retorno abrupto a um passado que nunca me falou ao coração.
aqui em cima, parece que vejo tudo das nuvens: os outros dançantes lá em baixo, a falarem sobre aquelas coisas que não me interessm minimamente, tipo férias fora de época no algarve VS férias no estrangeiro em agosto, ou, como evoluiu o boom festival nos últimos anos...
acabo a minha caipirinha sem perceber se ainda tinha alguma cachaça ou se o que acabei de beber era apenas o gelo derretido com açucar. acho que estou um pouco ébria. fixe.
sinto um peso enorme nas costas e pernas, como se estivesse a fazer um esforço sobre-humano para estar de pé. desço e misturo-me.
sento-me agora num banco cromado com acento de borracha preta e ajusto o decote.
parece que, depois de entrar nos trinta e de ter duas filhas pequenas, despertei o interesse por me baralhar visualmente e tentar recriar um outro eu, mais cuidado e normalizado. deve passar em breve.
folheio uma revista. "estou a ver uma revista, num bar?". ok, time to go.
preparo-me para sair, mas sou imediatamente impedida por uma dj, que quer conversa.
acompanho, honestamente interessada, o seu discurso. junta-se a nós outro dj. a tempo certo, quase milimétricamente calculado, despeço-me e movimento-me para o próximo grupo. cravam-me discaradamente uma boleia com almoço, bebida e whatever else, num destes domingos. vou sorrir e pedir outra bebida.
volto para casa cedo. deito-me a ler mais um capitulo da vida de outrem, e adormeço cansada.
amanhã tenho de começar cedo.

quarta-feira, setembro 10, 2008