Já lá vão uns anitos desde a última vez que andei por terras de Fátima. Acompanhei uma artista plástica no percurso Lisboa-Fátima, fotografando-a em locais de paragem de peregrinos, todo o seu percurso, etc. Ao chegar ao santuário, deparei-me com demonstrações de fé que vão para além dos meus limites de aceitação dos outros tal como eles são, e foi evidente a separação final e definitiva entre o eu ligado a todo um historial religioso-praticante familiar, e o novo eu, apartir desse mesmo dia sublinhado e destacado de qualquer outro.
Acredito porém que para alcançar seja o que for nesta aventura, aqui nesta bola (por enquanto) azul, é preciso ter energia, força, enfim, fé! Mas a fé que implica a dor imposta, o suportar despropositado, o fechar a boca e calar, e todo o tipo de (não-)manifestações do género, causam-me uma repulsa imensa. Não deixo de respeitar o senhor decrépito que insiste em caminhar de joelhos para cumprir a promessa, nem a senhora que queima as velinhas sem parár, até o quarto arder mas, deixem-me ficar aqui no meu cantinho...
Não gosto de grupinhos, nem de manipulações, nem de jogos de cabeça.
Não gosto que me enganem, nem que me mintam, ou que me iludam.
Por isso este post. Talvês o cheiro das velas, o murmurar do terço e o recordar das tardes passadas com a B. ainda estejam bem presentes.
O que eu queria dizer com isto, não era nada disto, mas tornou-se assim.
Afinal, o que eu queria dizer era que a minha fé existe, sim, não da mesma maneira que me ensinaram, mas está cá. Tem tudo a ver com a educação que se tem, não haja dúvidas.
A mistura entre uma mãe nascida numa familia católica apostólica romana e um pai comuna só podia dar nisto...
quinta-feira, outubro 12, 2006
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