terça-feira, março 10, 2009

orgasmos multiplos


recentemente emprestaram-me uma coisa que me tira do sério, me atira para fora de mim, me faz sentir arrepios pela espinha, me faz sentir completa, me faz sentir tudo e todos, me faz saltar de alegria e pular freneticamente.
resumindo, emprestaram-me a máquina da minha vida, aquela que sinto ser um prolongamento do meu cérebro, uma hasselblad 500 c.
a sua estabilidade, as suas linhas, o som, o rolamento, o enquadramento...
sou fotografa outra vez, como que renasci!
quando é que eu tenho um destes bichinhos só para mim???....

iphoto-graphic moleskine - 008

Albino sword swallower at a carnival, Md. 1970 - Diane Arbus


Diane Arbus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Diane Arbus (Diane Nemerov, 14 de março de 1923, em New York City; d. (suicídio) 26 de Julho de 1971) foi uma fotógrafa americana, célebre por seus retratos.

Diane Arbus se casou aos 18 anos com o fotografo Allan Arbus. A temática principal de sua fotografia era "o outro lado", mais angustiado, da cultura americana. Arbus experimentou com o flash durante o dia, permitindo destacar a figura principal do fundo das fotografias.

Diane Arbus começou a fotografar com Allan, seu marido. Depois de se separar, aprendeu com Alexey Brodovitch e Richard Avedon. No início dos anos 60 deu início à carreira de fotojornalista e publicou na Esquire, The New York Times Magazine, Harper`s Bazaar e Sunday Times, entre outras revistas. Por esta altura, escolheu uma máquina reflex de médio formato Rolleiflex com dupla objectiva, em detrimento das máquinas de 35 mm. Com a Rolleiflex teria “vistas largas”, mais resolução e um visor à altura da cintura que lhe proporcionava uma relação mais próxima com o fotografado. Entram também em cena os flashes em fotografias tiradas de dia. O objectivo era separar o essencial do acessório. Duas bolsas Guggenheim (1962 e 1966) permitiram-lhe desenvolver melhor um trabalho de autor, mostrado pela primeira vez num museu em 1967 (colectiva New Documents Museum of Modern Art). Em Julho de 1971 suicidou-se tomando barbitúricos e cortando os pulsos. O catálogo da exposição retrospectiva que o curador John Szarkowski concebeu, em 1972, tornou-se num dos mais influentes livros de fotografia. Desde então, foi reimpresso 12 vezes e vendeu mais de 100 mil cópias. A exposição do MoMa viajou por todo o país e foi vista por 7 milhões de pessoas. No mesmo ano, Arbus tornou-se a primeira fotógrafa americana a ser escolhida para a Bienal de Veneza. Diane Arbus fotografou essencialmente pessoas à margem da sociedade e pessoas comuns em poses e expressões enigmáticas.

Em 2007 estréia o filme 'A Pele', com Nicole Kidman, baseado em sua vida. "Para mim o sujeito de uma fotografia é sempre mais importante que a fotografia. E mais complicado..."



doulble self-portrait

quarta-feira, março 04, 2009

iphoto-graphic moleskine - 007

Patti Smith, 1976 - Robert Mapplethorpe

The Tambourine. I met Robert Mapplethorpe in the summer of 1967, the year that four of these twelve songs were released. Robert stretched the goat skin, tattooed the surface with my astrological sign, and added the ribbons. He presented me with this tambourine on December 30th, 1967, my 21st birthday.

Patti Smith @ twelve album



I am helium raven and this movie is mine,
So he cried out as he stretched the sky,
Pushing it all out like latex cartoon, am I all alone in this generation?
We’ll just be dreaming of animation night and day
And won’t let up, won’t let up and I see them coming in,
Oh, I couldn’t hear them before, but I hear ‘em now,
It’s a radar scope in all silver and all platinum lights
Moving in like black ships, they were moving in, streams of them,
And he put up his hands and he said, “It’s me, it’s me,
I’ll give you my eyes, take me up, oh now please take me up,
I’m helium raven waitin’ for you, please take me up,
Don’t leave me here!”
The son, the sign, the cross . . .

patti smith - birdland, in Horses


personagens recorrentes do meu imaginário desde a adolescência, patti, a mulher-artista-poetisa-performer-diva, e robert, o fotografo-lenda. a relação ambigua entre os dois (reflexo da minha própria experiência, na mesma idade que eles), a criatividade gerada durante os anos que passam juntos (horses, poesia, desenhos e fotografias inesquéciveis), o reflexo dos desejos (sexo, drogas rock and roll, o eterno "sonho americano", sucesso e fama, andy warhol), as horas de puro prazer, o encontro com patti anos depois, o desejo concretizado de a fotografar e guardá-la para sempre para mim, a recordação, a saudade, o carinho. o eterno poder das palavras e das imagens, a falta da necessidade de coerência nos textos, as emoções a fluir...

Onde pára o Captain Kirk?


27.02.2009 - Vítor Belanciano in Ípsilon, Público



Fala-se muito da vitalidade dos anos 80, mas entre 1995 e 1997 houve um meteorito no Bairro Alto, o Captain Kirk, o espaço onde todos queriam estar. Como outros locais cuja validade reside na energia que desencadeiam não se aguentou muito tempo. Mas a sua marca ainda se faz sentir.

Foi na década de 80. O país vinha de uma ditadura, queria abrir-se à modernidade, uma nova geração agitava-se, a pop irrompia, a moda dava os primeiros passos e o Bairro Alto transformava-se no novo centro da Lisboa boémia e culta.

Em espaços como o Frágil, Três Pastorinhos, Rockhouse (depois Juke Box), Café Concerto, Nova ou Keops, a arquitectura, a música, o design, a moda, o jornalismo, a dança, copos, corpos e muitas conversas cruzavam-se, fazendo desses espaços uma mistura de sociabilização do prazer e de produção artística.

Apesar da propensão portuguesa para passar ao lado da História - talvez porque não vivamos, autenticamente, as histórias - já muito foi dito sobre essa época. Por ter sido iniciática é também hoje algo idealizada. Por ter sido relevante, muitos dos que a fizeram acontecer estão hoje no poder, o real ou o de influência.

A meio dos anos 80, a Lisboa artística e boémia descia de braço dado e misturava-se com a Lisboa castiça do Cais do Sodré e do mercado da Ribeira nas "Noites Longas", ao Largo Conde Barão, Santos, num charmoso mas decadente palacete do século XVI, que mais tarde viria a hospedar o B. Leza. Ali comia-se tardiamente, discutiam-se projectos, dançava-se no salão, fazia-se a festa.

Dez anos depois, a meio dos anos 90, a festa já não tinha a mesma exuberância. Não podia ter. O Frágil, desde sempre o símbolo do Bairro, já não possuía a mesma aura. Algo se havia perdido. Mas em Dezembro de 1995, surgiu, no momento certo, o Captain Kirk, no número 121 da Rua do Norte, onde hoje está um bar latino.

Na altura poucos o terão percebido assim, mas aquele lugar incorporou um desejo de mudança, como se fosse a manifestação de uma verdade que já existia antes, mas que ninguém ainda expressara. Era o prolongamento da ideia de bar boémio e cultural que havia feito a fama do Frágil, mas era outra coisa.

Os locais nocturnos em voga nesse período personificavam um modelo consolidado, com desejo de sumptuosidade. No Kirk prevalecia a informalidade e até alguma vulgaridade que, afinal, era também afirmação estética. Havia vontade de desenvolver algo de diferente, ao nível das tendências e dos comportamentos, mesmo se nem sempre fosse nítido o que era.

Não era um espaço grande. Mas não é por aí que se mede a sua influência. Todas as noites eram iguais e distintas (seguindo a lógica dos clubes britânicos com sessões temáticas todos os dias). Ao final da tarde havia sessões de cinema e ali se legitimou a actividade do DJ como em nenhum outro sítio da época. Isolados, nenhum destes factores era novo. A novidade era essas especificidades estarem reunidas num único lugar, condensado a vontade dos que achavam que o Bairro dos anos 80 havia cristalizado e de uma geração mais nova que retinha a energia adolescente dos que querem que o mundo fosse seu - agora.

Dois anos alucinantes

O Kirk durou pouco. Talvez não pudesse ser de outra forma, diz o realizador Jorge Cramez, na casa dos 40 anos, espécie de "dono honorário", como gosta de afirmar. Em sua casa, olhando para uma foto de Marilyn Monroe, não resiste à analogia: "Penso nela ou no [James] Dean como metáforas. Viveram o tempo certo para deixarem rasto. O Kirk também. Viveu o tempo certo para ficar qualquer coisa. Se ainda existisse, seria apenas mais um. Aquela potência esgotou-se. Só podia. Aqueles dois anos foram alucinantes!"

Os proprietários do espaço eram Tiago Vaz, que trabalhara durante anos no bar Nova e que hoje está retirado, e o belga Gilluu Leroy, que se dedica à restauração na Tailândia. Recuperaram uma velha casa, transformando-a num bar dançante. Não era grande, mas foi optimizado. À direita, uma máquina de flipers, à esquerda mesas, rodeando uma pista de dança circular, um balcão corrido e oito televisores. Não havia grande sofisticação, mas os clientes dos primeiros tempos não se importavam.
"No primeiro ano, foi um acontecimento em Lisboa", recorda Cramez, "agregando pessoas do Frágil, e de outros espaços, ligadas às artes, dança, cinema, jornalismo ou moda. Depois, funcionou o boca-a-boca. Inicialmente, os ciclos de cinema ao final da tarde deram-lhe visibilidade, tornando-o em algo mais do que sítio de copos. Às sete da tarde podia ver-se retrospectivas de realizadores de referência. Quase sem querer, em pouco mais de seis meses, era 'o' sítio de Lisboa."

Ia-se ao Kirk para se ver e ser visto. Mas ali, até pela configuração do espaço, a pose de "ver o ambiente" não funcionava. "Quem ia lá, ia lá mesmo", lembra Ricardo Montas, 38 anos, designer, a viver hoje em Londres. "Não era um espaço onde se fosse descontrair. Tinha que se estar lá, mesmo."
"O Kirk representa a essência do Bairro, a capacidade de num espaço pequeno haver pessoas diferentes. Tanto havia o pessoal artístico como as pessoas que só queriam dançar, numa mistura de pessoas mais velhas e novas."

Montas veio dos arredores de Leiria para estudar em Lisboa. O Kirk foi a segunda escola. "Passei lá muitas noites e finais de tarde a ver cinema e a discutir o que se via. Foi determinante para mim ter conhecido ali uma série de gente. Foi o Kirk que me integrou em Lisboa. E foi dali que abri olhos para o mundo."

À porta estava a figurinista Isabel Peres ou Vanessa Rato, hoje jornalista do PÚBLICO. Ao balcão encontrava-se, inicialmente, DJ Rui Murka, actualmente com 36 anos. "Tinha 22 anos, naquele espaço respirava-se qualquer coisa de novo e queria fazer parte daquilo. Era uma excitação ir para lá. Havia sempre muita gente, aquilo não parava. Estava sempre ansioso por ir trabalhar. Fazia parte de um grupo de pessoas que se queria afirmar e que sentia que aquele era o espaço onde estavam as coisas a acontecer."

O tempo deu-lhe razão. Nessa época movimentavam-se uma série de DJs que queriam legitimar novas sonoridades para lá da lógica da música de dança mais funcional (house e tecno) que predominava. O Kirk funcionou como catalisador. Foi ali que despontaram, ou tiveram oportunidade de evoluir, nomes hoje firmados da cultura DJ portuguesa como Tiago Miranda (Loosers, Dezperados, Pop Dell' Arte, Slight Delay), Dinis, Nuno Rosa (Pink Boy, Dezperados) ou Rui Murka. Foi também ali que o colectivo CoolTrain Crew (Johnny, Murka, Dinis, Rosa, Miranda e eu próprio) deu os primeiros passos, antes de iniciar residência no Ciclone (ex-Johnny Guitar) e transitar pelo resto do país.

Todos esses nomes, em conjunto com outros, como os residentes Lígia Pereira ou Rui Viana (sonoplasta), criaram a imagem sónica do Kirk, misto de linguagens em afirmação na época, do drum & bass ao jazz mais dançável, até noites ecléticas onde tudo podia acontecer. Uma vontade de surpreender que chegou a ser elogiada na revista inglesa "The Face". O sociólogo, músico e artista, António Contador, 38 anos, hoje em Paris, também por lá andava.

Às vezes como cliente, outras na cabine de DJ. Para ele foram anos importantes. "O ar do Rui Viana fascinava-me e deu-me o tom para o que eu queria fazer com discos. Recordo-me das noites Pimp-Pop, ao domingos, em que ele e o Tiago Vaz misturavam piroseiras num espírito embriagador, com aquele cheiro a tabaco e a bafio por todo o lado que se colava à pele e era maravilhoso. Lembro-me da Isabel Peres e da Vanessa Rato na porta, adornavam com o seu ar 'arty-trashy' a cena toda que girava à volta do Kirk e que era naquela altura o centro do universo criativo lisboeta. Não tenho dúvidas disso."

Algumas das noites mais emblemáticas do lugar não aconteciam aos fins-de-semana. A dinâmica era diferente da actual. "Não havia tanta oferta", reflecte Murka, "e as pessoas concentravam-se mais num circuito, contribuindo para que todos os dias existisse alguma animação. Havia uma grande dinâmica e aos domingos, segundas ou terças havia pessoas para se divertirem."

Uma das imagens que ainda hoje perdura é a dos televisores. "Era singular um bar daqueles ter tanta informação visual, com uma dezena de televisores a passar coisas diversas - documentários, coisas ligadas à arte ou fitas clássicas", conta Cramez, que fazia a programação de cinema, recordando uma noite em que decidiram passar uma série de filmes eróticos nos televisores.

O Kirk era um espaço que libertava uma energia excessiva. Como os melhores espaços nocturnos, não era apenas um bar ou uma discoteca. Era um organismo vivo e como muitos locais cuja validade reside na vitalidade que desencadeiam não se aguentou muito tempo. "Havia muita avidez, para o bem e para o mal, na forma como aquele ambiente se consumia e, às tantas, começou a ser o ambiente a consumir algumas pessoas", diz Rui Murka. "Havia tantos exageros que era impossível manter aquele negócio. Simplesmente não havia cabeça para tal."
Certa noite, uma dúzia de pessoas, entre empregados e clientes, foi parar à esquadra e, depois, presentes a tribunal. Acusação: distúrbios à ordem pública. O facto nada teve de extraordinário, efeito de uma discussão acalorada entre empregados, clientes e polícia, pelo facto do bar ainda conter pessoas depois das quatro da manhã, mas Murka assinala o sucedido como marcante. "Foi apenas um episódio, mas deu início ao declínio. O primeiro ano foi incrível, culminou numa festa na Caixa Económica Operária. Foi um ano intenso, com cultura, diversão e sentido lúdico, mas depois começaram os exageros com os consumos ilícitos e as pessoas responsáveis perderam o controlo à coisa."

O último com aura

O bar Captain Kirk, nome de herói do Caminho das Estrelas, imortalizado na canção "Where's Captain Kirk?" do grupo punk Spizzenerg!, surgiu num tempo de transição do Bairro Alto.

Recebeu a herança dos anos 80, atribuindo-lhe nova energia, generosa mas desmesurada, ao mesmo tempo que já prenunciava os novos tempos. A fase de empobrecimento do Kirk coincide já com a ocupação das ruas do Bairro Alto, que começou a ser vivido no exterior e não no interior. Para muitos, como para Ricardo Montas, foi o último dos bares icónicos do Bairro a ter essa aura de mistério. "Quando entrava naquele sítio, perguntava-me sempre: 'o que vou encontrar desta vez?'"
"Cada pessoa procurava uma coisa diferente", responde Murka. "Alguns, os ciclos de cinema, outros a música - era ali que se ouvia a mais arrojada da altura - e todos eles, a diversão."

A jornalista Maria João Guardão evoca o espaço de forma lapidar: "falar, falar, falar, beber, beber, beber, dançar, dançar, dançar, e tudo, outra e outra vez". Cramez diz que foi o único sítio onde esteve que "suportava que estivesse completamente cheio. Era o cantinho onde tudo se passava." António Contador recorda-nos que um local daqueles também é espaço de afectos: "Lembro-me tão bem das pessoas que trabalhavam no Kirk, em especial da Cikuta. Para mim, o Kirk era muito ela. Nunca lho disse e adorava fazê-lo. Lembro-me do seu corpo esguio, das mãos finas e compridas, do cabelo curto e do rosto e sorriso à Grace Jones. Cikuta, se me estás a ler, fica sabendo que foste linda e seguramente ainda és." Se souberem onde ela pára, digam-lhe.

ficção #3 - fundamental aspects of human culture.


soccer - happy!
live - idle.
drink - happy!
work - idle.
transform - happy!
copy paste - idle.
buy - happy!
copy - idle.
sell - happy!
photocopy - idle.
throw away - happy!
ready made - idle.
junk food - happy!
box everything and send to africa - idle.
tv - happy!
read - idle.
do nothing - happy!
create - idle.
sleep - happy!
respect - idle.
drive - happy!
breathe - idle.
fly - happy!
landscape - idle.
drive - happy!
water - idle.
fire - happy!
reality
- idle.
die - happy please!, no matter how...


raparigas bonitas fazem sepulturas

porque é que toda a gente adora mulheres bonitas com problemas?
seja homem ou mulher, todos adoram acarinhar raparigas que sejam, finjam ou imitem bem ser um pouco tristes, macambúzias e misteriosas, sobretudo misteriosas (ingrediente maximizante do feitiço).
sim, porque se se decifrar o que está por trás de tanta melancolia e se se descobrir que é por não ter aquele hermès, é fantasia de cordel... quebra o encanto. mas se esse ronronar de tristeza enrolar o tempo suficiente é bem capaz de ser um encontro esplêndido.
elas até podem ser inteligentes, e por certo serão, até se descobrir outra ainda mais misteriosa, ou mais bonita, neste ranking de sedução.
eu nunca percebi, e continuo sem perceber, a razão das pessoas se transformarem naquilo que não são para conseguirem o que querem. e se o são, porque não o assumem, escondendo-se atrás de supostas regras sociais, ou encantos pré-pagos, distribuidos em larga escala pelos quatro cantos do mundo... "tudo normalizado e aceite pelas normas comunitárias, só pode ser bom! e se fôr caro, tipo, estupidamente caro, ainda melhor! são menos a ter, e EU tenho!"
ok.
mas o que mais me chatea, é a falta de frontalidade e de honestidade. à falta disso, meus amigos, o cenário fica negro por estas bandas.
que as meninas sejam dark candy não me atormenta, pelo contrário, também eu sou vítima desses doces anjos negros perdidos neste mundo cruel, como não podia deixar de ser, caso contrário não estaria a escrever este post.
não posso é com arrogância e falsidade. tristes de nariz empinado não vale!
especialmente quando se lhes dá a mão. o orgulho de ser triste-fado está directamente relacionado com o facto de sermos todos, independentemente dos percursos, estados actuais, e/ou opções de vida, de sermos todos portugueses. sim sim, está no sangue.
e choramos muito, é verdade. é tão verdade como o fado, triste, duro, real. mas em paralelo também não podemos fugir ao eterno clichê: quem não chora não mama...
a vida é engraçada... afinal, ser mulher bonita e triste até pode equivaler a sedução forçada para atingir fins... venha o teste de QI, ou mesmo uma luta de braços, estou por tudo!
"fico mesmo atormentada quando sinto as energias das pessoas à minha volta entrarem em conflito." (e assim, tenho mais glamour?)

terça-feira, março 03, 2009

blogs blogs e mais blogs

por vezes os blogs revelam-nos o caracter da(s) pessoa(s) que nele despeja(m) pensamentos.
por vezes essas palavras escritas numa noite sem sono podem ser realmente reveladoras.
por vezes há posts que assustam.
e isso é o melhor nos blogs honestos.
cabe ao leitor decidir se continua a seguir os delirios literários ou visuais, ou não.
cabe também ao leitor decidir se essas opiniões lhe dizem alguma coisa e tentar relacionar com a pessoa física e real que eventualmente pode conhecer, ou não.
últimamente tenho lido posts completamente reaccionários, ridiculos, centrados no umbigo de forma bárbara... por pessoas que até conheço, ou não.
sendo eu uma pessoa bastante aberta a perspectivas diferentes, é-me dificil aceitar esta minha posição mas, há coisas que me perturbam sobremaneira. ou seja, normalmente não comentaria, mas realmente, ver, ou melhor, ler o estado em que anda o mundo na cabeça das pessoas, é impressionante...
como por exemplo: os luxos consumistas que nos "libertam", ou a necessidade de gastar dinheiro para alcançar a felicidade (eu até prefiro passear... ou semear, mas isso sou eu)
ou a lista interminável de co2 consumido em poucos dias, como prémio de inteligência e sublinhar do status (dito assim até parece inveja, mas não é. mesmo.)
e finalmente, e para mim a maior surpresa dos últimos tempos, o enaltecer da emigração como último passo na sobrevivência da vida inteligente no mundo. uff. (eu até sou da opinião que fugir não é solução, e faz-me confusão este tipo de opção. e se todos tomarmos o mesmo rumo, nunca este pais vai sair da cepa torta...)
fico triste por ler tomadas de posição destas, ainda por cima de pessoas que me dizem alguma coisa. provavelmente estou à demasiado tempo no campo. na cidade sempre há mais coisas para ver e aprender. montes delas, e ainda agora terminaram os saldos...
como em tudo, são opções, e eu estou aqui porque quero, e sinto-me feliz assim.
já não posso dizer o mesmo das mesmas pessoas que me fizeram escrever este post...
fico triste, pronto, porque em último caso, são estas pessoas que eu gostava de ver a enaltecerem o caminho de outras, com contributos minimais e simples, mas efectivos.
teimo em acreditar mais nos outros que em mim mesma, e isso não me tem trazido grandes alegrias, é um facto.
bom, vou mondar as beterrabas, essas sim, exemplos fantásticos de resistência e evolução, nas últimas semanas cá em casa... e dizem coisas fantásticas! é ouvir e aprender!