domingo, julho 23, 2006

Desabafo





Às vezes parece que estamos enclausurados. Estamos, não, estou.
Tenho de ser franca comigo mesma.
A todo este cansaço fisico colou-se uma instabilidade emocional que pode bem arrastar-me para niveis não pontuaveis.
Sinto que não estou a criar porque, nem tenho forças para isso, nem tão pouco me apetece voltar a esse mundinho hipocrita, com os seus joguinhos e futilidades.
Encontro-me assim nesta encruzilhada: não consigo ter forças para iniciar o processo e, ao mesmo tempo, anseio por fazer algo que me faça voltar a sonhar.
Durante todos estes longos anos de trabalho criativo, e apesar dos pequenos bónus, e latas de refrigerante grátis mas apenas na compra de garrafas de 2 litros, nunca estabeleci um método de trabalho. Provavelmente é isso que me impede de retomar o ritmo. Ou não. Seja como for, aqui estou. Sem vontade de me esforçar, porque tambem é disso que se trata. Aquele cliché aplica-se: mostrar o trabalho é sempre um sofrimento, uma dor imensa, uma vergonha sentida.
Dizem-me que é natural, e que ainda é cedo. Estarei eu demasiado ansiosa?
Enquanto espero por mim mesma, para apanhar o comboio das 5, fumo mais um cigarro e como mais um chocolate. Devo estar com uma depressão.

no work = no fun = no gain

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